segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

The Order 1886


The Order 1886 é um PFS, jogo de tiro em primeira pessoa, lançado para PS4, sendo um dos primeiros exclusivos deste console. Ele teve grande destaque nas ultimas edições da E3, o maior evento de games do mundo, o que traz muita atenção para este novo titulo, além de criar uma grande expectativa. Infelizmente o jogo deixa a desejar em vários aspectos.

Vamos começar com que há de bom nele, seus gráficos. Que são muito bem feitos, os cenários são bem detalhados, com uma ambientação excelente. Os tijolos marrons acinzentados das casas nos bairros pobres, os móveis da era vitoriana, as luxuosas mansões e tudo mais que representa a época única, quando a Rainha Vitoria governava o Império Britânico, está bem caracterizado com uma qualidade impressionante.
A Itens que você pode examinar em suas mãos,aqui você pode ver o qualidade do modelo desta arma.
Além disso, os efeitos de partículas são ótimos, principalmente das chamas e fumaça que são muito presentes em alguns capítulos do jogo. A iluminação não fica atrás sendo algo excelente, tem partes que a interação da luz e sombra dos personagens é muito próxima do real, foi um dos detalhes que chamam a atenção, uma parte do jogo tem uma luta em um jardim noturno, e os efeitos dos clarões das armas e como ela reflete em seu rosto é sensacional.

Os personagens também são bem modelados e "texturizados", como o material de suas roupas, suas peles e pelos da barba e cabelos, são incríveis. Quando você joga, ao olhar a movimentação do personagem e toda a qualidade do ambiente e dos efeitos de luz e partículas, você tem a impressão de estar vendo um filme. Essa sensação é muito fortalecida por causa do HUD, que são as partes gráficos que mostram sua saúde e a quantidade de munição das armas, que é bem minimalista, só mostra o essencial e sumindo quando você não está em combate.
A Inglaterra da Era Vitoriana, as belas construções, o ceu nublado e os dirigíveis voando pelos céus
Porém depois que você já se empolgou com a maravilhosa beleza do jogo, e começa a jogar pra valer é que aparecem os problemas. Primeiramente são os poucos objetos que é possível interagir, sendo que nos primeiros momentos isso parecia ser algo importante. Têm alguns utensílios que você pode pegar e analisar em sua mão, gera-lo e olhar os detalhes, mas e muitos casos isso é inútil, mesmo quando se esta investigando, perdendo uma ótima oportunidade para se ter um modo de busca de pistas.
            
 Esse é um problema que se repete com outras mecânicas do jogo, como a de abrir portas usando uma ferramenta especial para arrombamento, que só é utilizada em poucos lugares e em certos momentos, não havendo portas secretas ou rotas alternativas. O mesmo acontece com um apetrecho criado por Nikola Tesla, que é um jovem inventor que trabalha criando armas para a Ordem, que transforma corrente continua para a corrente alternada de um equipamento elétrica criando pane no sistema, que é subutilizado para abrir meia dúzia de portas, que pelo que foi dito por Tesla poderia ter muito mais proveito.
Nikola Tesla te dá este equipamento que consegue alterar a corrente elétrica, infelizmente você não vai usar muito.
Outro problema é os Quick Time Events, que são momentos em que o jogo entre em modo automático e vão aparecendo comandos na tela para você executar, como apertar quadrado ou segurar o direcional para cima, caso você seja bem sucedido o personagem vai esquivar ou atacar o inimigo, senão você é atingido ou erra o ataque. Em muitos jogos isso é colocado como um mini-game, para criar um momento cinematográfico em uma luta sem que o jogador fique apenas olhando sem interagir, se bem usado este recurso é ótimo, mas não é o caso do The Order.

Esse jogo usa isso da maneira mais irritante que existe, em eventos de um único comando que se você erra dá game over, somente para voltar alguns poucos momentos depois. Um exemplo disso foi quando estava com uma mulher dentro de um galpão, e depois de abrir uma porta, aparece uns capangas armados encima de uma plataforma e disparam contra nos dois, surgi na tela um comando para apertar o analógico para um lado, que por acaso eu não fiz no tempo certo, e a minha companheira acabou levando um tiro na cabeça, só para eu voltar na parte da porta fechada. Os comandos são pré-definidos, nunca mudando a sequência, isso só deixa mais enfadonho esses eventos, principalmente quando você falha.

O pior que além de usar muitas vezes isso, até a luta contra o ultimo chefe é puro Quick Time Events, não é uma luta em que você o atinge varias vezes, deixando-o em estado vulnerável para aplicar um Time Event e devastar sua vida. É só apertar botões que aparecem na tela na sequência e assistir o final.
Os Efeitos de luz ficam muito incríveis nesta fase onde ocorre uma batalha noturna, o efeito do dispara da arma é muito impressionante.
O terceiro fator que desaponta em The Order é o roteiro, que começa meio morno sem muita empolgação e quando começa a ficar mais legal o jogo termina, a historia é curta e acaba deixando muitas duvidas e pontas soltas no ar, que a empresa vai usar para futuras expansões ou DLC, isso deixa uma frustração imensa.

Há vários elementos  que  são lançados de maneira sutil durante sua aventura, mas que não são desenvolvidos, sendo usadas somente como explicação para alguma coisa do jogo, como a poção que recupera sua vida e regenera suas feridas. O universo parece ser muito fascinante, a ordem tem como missão proteger o império Britânico, que neste mundo é muito mais poderoso que ele já foi, dá a entender que os EUA não são uma terra independente e sim mais uma colônia britânica, assim como a Índia. Sua Fundação data de épocas antigas e seu fundador foi o Rei Arthur, assim como a poção está ligada a os contos medievais do Santo Graal e seus cavaleiros.  

A tudo isso se junta ainda personagens históricos como Tesla, Darwin, Jack o Estripador, num mundo com elementos de horror, com vampiros e licantropos lutando contra o ordem, e uma pitada de Steam Punk, com enormes dirigíveis atravessando os céus como os poderosos encouraçados, mais as armas muito avançadas que você carrega. Somando tudo isso se tem um lugar muito rico para criar uma historia marcante, mas que é passado rápido sem o menor aprofundamento que merecia. É o mesmo problema que Destiny teve, um universo rico subaproveitado.

E os personagens não ajudam muito, seu grupo é composto por um soldado veterano, Percival, que foi o seu mentor, que está investigando algo suspeito na sombra do império. Um recruta francês que está para se juntar a ordem, Lafayette, e como todo bom homem da França é um mulherengo. Mais a única mulher do grupo, Isabeau é seu par romântico e filha do líder da ordem. E esses são os mais profundos em todo o enredo do jogo.
O seu grupo a sua frente a esquerda está Isabeau, e a sua direta esta Lafayette, e a frente vários inimigos para serem mortos em nome do Império.
Para piorar há um grande agravante para The Order, a falta de um modo multiplayer. FPS costuma ter historia curta mesmo, só que eles se sustentam pelo modo online , onde as pessoas podem passar horas jogando contra outras pessoas. Já esse jogo não tem isso, e depois que você termina não há motivo para voltar a joga-lo, então você tem uma campanha de umas quatros, cinco horas.

The Order é um game que parecia ser incrível,e que tinha muito potencial. Mas no fim se mostrou um game que tenta se sustentar na aparência, literalmente neste caso, já que a única parte que ele realmente impressiona é nos gráficos. Se você gosta de um jogo de tiro e que seja muito bonito,você vai até gostar deste titulo, mas caso queira algo que seja só um pouco mais que isso, é melhor guardar o seu dinheiro.

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